sábado, 17 de maio de 2008

"A Universidade de São Paulo é um desastre quanto a essa idéia
de cidade. Numa cidade como São Paulo, a Faculdade de Direito fica
no largo de São Francisco (1884), a Escola Politécnica (1894) estava
na rua Três Rios, de onde os estudantes iam a pé até o rio Tietê (que
ainda não era poluído) para remar, a Faculdade de Arquitetura (1902)
em um palácio na rua Maranhão, a Faculdade de Medicina (1891) no
Hospital das Clínicas (1928), e por aí vai. Como construíram uma cidade
universitária no mato? E chamar de cidade o que não é cidade?
É uma maldade terrível. Vai-se para o mato e pretende-se fazer uma
universidade, que nada mais é do que um conjunto de edifícios no
meio do gramado.
Não existe convivência nenhuma, porque entre as escolas não há
café, botequim, cinema, teatro, nada. Ela isola os estudantes, não há
transporte - a escola é grátis, mas aquele que não tem dinheiro para
comprar um carro não entra. Então o povo não entrou mais na Politécnica
nem na Arquitetura, por exemplo.
Quando acontecem passeatas e mobilizações pela cidade, os estudantes
não ficam sabendo. Antes, os estudantes trajavam-se para comer
com os professores, nos restaurantes, nos bares, havia uma certa
formalidade, mas hoje estão de bermuda, andando de skate nas rampas,
naquele pasto que fizeram e chamam de Cidade Universitária.
Então vocês podem ver como errar é fácil! Não é assim que se faz,
mas temos que acreditar que é possível corrigir essas coisas."

PMR maquetes de papel

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